América Latina e Caribe têm 2,5 GW de armazenamento de energia

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Do portal da pv magazine ESS News

A nota técnica 10 do LADE, intitulada “Energy Storage in Latin America and the Caribbean – Current Status, Challenges and Strategic Recommendations”, informa 2,5 GW de capacidade instalada na região.

As instalações de armazenamento de energia estão sendo impulsionadas por uma maior penetração de energia renovável e limitações de rede relacionadas. Chile, Brasil e México estão entre os países que lideram o armazenamento de energia, disse a nota, com as nações da América Central e do Caribe instalando projetos menores.

A OLADE informou que as baterias de íons de lítio representam cerca de 60% do armazenamento de energia da região e são usadas em locais de energia solar e armazenamento, bem como em projetos autônomos de fortalecimento da rede.

O armazenamento de energia hidrelétrica bombeada (PHES), particularmente na Argentina e no Brasil, compõe a maior parte do restante das instalações da região, embora o Chile tenha alguma capacidade de armazenamento de energia térmica, assim como os pequenos usuários industriais de eletricidade na América Latina e no Caribe.

Projetos operacionais

Em junho, o Chile tinha 1.005 MW de capacidade instalada de armazenamento, de acordo com o relatório, que destacou o projeto Oásis de Atacama, da Grenergy, no deserto do Atacama. Esse local foi lançado em 2024 com 1,24 GWh de capacidade planejada no ano passado, de um total de 11 GWh de baterias de íons de lítio. Em maio, o projeto de hibridização com 48 MW/264 MWh, Capricórnio BESS (sistema de armazenamento de energia da bateria) PFV (fotovoltaico), começou a operar. Em 30 de maio, cinco sistemas de armazenamento foram relatados como estando em fase de testes no Chile, representando uma contribuição final de 571 MW de capacidade instalada e 2.378 MWh de capacidade de armazenamento de energia.

Citando um estudo da Greener, a OLADE disse que o Brasil acumulou 685 MWh de capacidade de armazenamento de energia no ano passado, com 70% atendendo a sistemas fora da rede. Cerca de 269 MWh de capacidade de armazenamento foram adicionados em 2024, para um aumento de 29% em relação ao ano anterior.

A Argentina tem 17,5 MW de armazenamento de bateria e 974 MW de hidrelétrica bombeada, informou a OLADE. O México tem 192 MW de baterias de íons de lítio com projetos adicionais planejados para apoiar a rede e integrar energias renováveis.

Outros países que fizeram progressos notáveis incluem Honduras, que concedeu um projeto de 75 MW/300 MWh em março, e o Peru, que relata 26,5 MW de armazenamento em operação.

Em construção

O Chile e o Brasil lideram em BESS e PHES em grande escala em construção, enquanto países como Costa Rica, El Salvador e Colômbia estão desenvolvendo instalações de backup de rede e microrredes em áreas isoladas e rurais. A OLADE não prevê uma implantação significativa de tecnologia, como armazenamento de energia gravitacional ou volantes este ano.

Tendências

Apesar das diferentes características dos países da América Latina e do Caribe, a OLADE observou que a maioria dos governos regionais está incluindo o armazenamento de energia em seus planos de energia, política climática e estratégias de eletrificação, mesmo que ainda não existam estruturas regulatórias de apoio. Os projetos mais comuns estão em áreas rurais, em ilhas e em áreas com fraco fornecimento de eletricidade à rede, geralmente com a ajuda de financiamento internacional para o desenvolvimento.

Organizações multilaterais, incluindo o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento da América Latina, também forneceram financiamento, assistência técnica e apoio institucional para projetos de armazenamento de energia.

Desafios

A OLADE disse que a falta de suporte regulatório para armazenamento de energia muitas vezes significa que nenhuma definição está disponível para a tecnologia em sistemas elétricos, levando à ambiguidade sobre seu papel. Como resultado, o armazenamento muitas vezes não recebe pagamentos que reconheçam adequadamente o papel de fortalecimento da rede que pode desempenhar, fornecendo regulação de frequência, energia de backup ou mudança de demanda.

As tarifas tradicionais de eletricidade – definidas para grandes usinas centralizadas – não consideram adequadamente o valor dos sistemas de armazenamento de energia distribuída. A capacidade dos órgãos reguladores de atualizar as tarifas pode ser limitada pela falta de capacidade institucional e técnica interna. A sub-representação do armazenamento de energia nos planos de expansão da rede – e a incerteza regulatória – criam risco para os investidores, tornando o financiamento de projetos mais difícil de garantir.

Recomendações

A OLADE pediu uma política e regulamentação claras de armazenamento de energia na região, incluindo uma definição de se os projetos geram ou consomem eletricidade, fornecem serviços auxiliares à rede ou devem se enquadrar em uma definição legal própria.

A remuneração deve refletir os serviços de reforço da rede oferecidos pelo armazenamento de energia e a participação no mercado deve ser promovida em condições de igualdade com outras tecnologias energéticas. A OLADE informou que o armazenamento deve ser incluído na política de planejamento energético, as conexões à rede devem ser disponibilizadas, os usos múltiplos do armazenamento devem ser habilitados e os padrões técnicos e de segurança devem ser elaborados.

De acordo com a OLADE, devem ser disponibilizados incentivos, incluindo isenções e créditos fiscais e deduções fiscais sobre investimentos, e devem ser oferecidos subsídios especificamente para projetos-piloto e locais em áreas com pouca oferta de eletricidade. O dinheiro público deve ser usado para desenvolver o uso de baterias de segunda vida e armazenamento de energia térmica e baseada em hidrogênio, e para projetar programas de armazenamento de energia para regiões vulneráveis.

Financiamento preferencial, como linhas de crédito verde, garantias parciais e financiamento climático internacional – bem como a inclusão de armazenamento de energia em contratos de leasing e serviços de energia – também podem reduzir o risco do investidor, de acordo com o relatório.

Outras recomendações da OLADE sobre política de armazenamento de energia incluíram pagamentos de capacidade de reserva, leilões para locais de armazenamento de energias renováveis e tarifas dinâmicas ou faturamento líquido para incentivar sistemas de armazenamento de energia residencial e comercial.

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