A participação conjunta da solar fotovoltaica geração centralizada (GC) e em geração distribuída (MMGD) na matriz elétrica brasileira deve chegar cerca de 32,9% ao final de 2029, saindo de 22,2% em dezembro de 2024. Nesse período, a capacidade instalada de solar aumentará de 51,7 GW para 88,2 GW — um crescimento de 36,5 GW. Na geração distribuída, a evolução será de 35,1 GW para 64,1 GW, e na geração centralizada, de 16,6 GW para 24,1 GW. Com isso, a fonte solar será a segunda maior em termos de capacidade instalada do SIN. A previsão é parte do Plano da Operação Energética 2025-2029, apresentado nesta semana pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
No horizonte do PEN 2025, há um acréscimo de 36 GW de capacidade instalada, tomando como referência 232 GW instalados em dezembro de 2024, totalizando 268 GW ao final do período de planejamento, já considerando a MMGD existente e sua expansão.
Já a demanda de energia deve crescer em média 3,4% ao ano, atingindo cerca de 94,6 GW médios em 2029, já contemplando a representação da MMGD na parcela de carga.
Da expansão prevista na MMGD, a maior parte virá pelo estado de São Paulo, que deve adicionar 5 GW de micro e minigeração distribuída no período analisado no estudo. Em seguida, vêm Minas Gerais, com expansão projetada de 2,6 GW, Rio de Janeiro, com 2,1 GW, Paraná, com 1,8 GW, Goiás, com 1,7 GW, Rio Grande do Sul, com 1,6 GW, Ceará, com 1,2 GW, Pará e Mato Grosso, com 1,1 GW cada.
Necessidade de precificação da flexibilidade
Outra característica marcante da matriz de energia elétrica do SIN é o alto grau de geração inflexível que em 2026 é da ordem de 75% da carga global do SIN, e em 2029 é de 73%. Geração inflexível é a geração que deve ser compulsoriamente despachada.
Ao mesmo tempo, a capacidade de armazenamento do SIN é da ordem de 292 GW/mês. Porém, o grau de regularização continuará reduzindo nos próximos anos, aumentando tanto a dependência de períodos chuvosos para o replecionamento dos reservatórios a cada ciclo hidrológico anual, quanto a importância das condições de armazenamentos iniciais no final da estação chuvosa (abril) para assegurar o pleno atendimento da carga.
Em função do alto grau de geração inflexível da matriz de energia elétrica do SIN, e da crescente necessidade de contar com recursos de resposta rápida para o atendimento da carga em tempo real, o ONS não recomenda a inclusão de geração térmica com alto nível de inflexibilidade ou com longo tempo de acionamento nos próximos cinco anos.
Com isso, é necessário definir critérios para avaliar a adequação da flexibilidade operativa da geração aos requisitos sistêmicos, assim como incorporar esses critérios nos estudos de expansão da geração. O ONS também recomenda a precificação deste recurso, valorizando atributos necessários para garantir a segurança operativa do SIN.
Leilões de reserva de capacidade
Ainda de acordo com o PEN 2025, os critérios de suprimento de potência estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), não são plenamente atendidos, com violação do CVaR5% da Potência Não Suprida do SIN a partir de 2026, tanto para o Cenário de Referência como para os Cenários de Sensibilidade.
Para atender aos requisitos de potência, é premente a realização de leilões anuais de reserva de capacidade na forma de potência, uma vez que os estudos do PEN 2024 já indicaram violação dos critérios de garantia de suprimento de potência em 2025, e os resultados do PEN 2025 mostram aprofundamento das violações com o decorrer dos anos avaliados.
Um ponto de atenção está associado a inserção de cargas especiais no SIN, tais como plantas de datacenters e hidrogênio verde. Estas cargas possuem baixa flexibilidade operativa, com impacto tanto nos critérios de garantia de suprimento de energia quanto de potência, como mostrado nos cenários de sensibilidade. Atenção especial deve ser dada na viabilização do atendimento destas cargas no período de ponta noturno, momento no qual o sistema já apresenta uma maior dificuldade no atendimento aos requisitos de carga.
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