Com uma trajetória de mais de 50 anos e crescimento consistente nos últimos anos, com destaque para o salto de 27% na receita e 48% no EBITDA entre 2019 e 2024, a UCB Power projeta alcançar R$ 1,2 bilhão em faturamento em 2025. A meta é impulsionada por uma estratégia que combina tecnologia própria, fabricação nacional em escala, diversificação do portfólio e foco em soluções para a transição energética. A empresa encerrou 2024 com mais de R$ 1 bilhão em receita, consolidando sua posição como uma das líderes do setor de armazenamento de energia no Brasil.
Presente nas regiões Norte e Sudeste, a UCB domina todas as etapas da manufatura local de sistemas de armazenamento, desde baterias LFP até kits completos de geração híbrida. O domínio técnico e a atuação em setores estratégicos, como telecom, geração distribuída, mineração e sistemas isolados, reforçam sua vantagem competitiva diante da crescente demanda por soluções energéticas confiáveis, escaláveis e sustentáveis.
Em entrevista à pv magazine Brasil para o especial de armazenamento, o gerente de Engenharia de Produto da UCB Power, Roberto De Luca, destacou os diferenciais da empresa no cenário nacional e os planos para ampliar a presença das baterias na vida dos brasileiros, desde sistemas off-grid para áreas rurais até modelos inovadores de armazenamento como serviço (Energy as a Service) para o setor de telecomunicações.

Imagem: UCB Power
Capacidade fabril e domínio técnico impulsionam competitividade
A UCB Power opera duas unidades industriais complementares. Em Manaus (AM), abriga a primeira fábrica brasileira de baterias de lítio LFP, com capacidade para produzir até 72 mil unidades por ano. A planta se beneficia dos incentivos fiscais da Zona Franca e do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PPB), sendo pioneira na adoção de uma linha automatizada com solda a laser no país.
Já em Extrema, Minas Gerais, a empresa concentra a fabricação de sistemas integrados de energia, baterias VRLA, módulos fotovoltaicos, inversores e estruturas, com capacidade de mais de 50 mil unidades por ano. Essa unidade também é o principal centro de integração dos kits geradores híbridos, cada vez mais populares no contexto da GDII.
A verticalização da produção garante flexibilidade, agilidade e vantagem tributária frente a fabricantes que dependem de produtos prontos importados. Mesmo com 90% das células ainda vindas da Ásia, a UCB internaliza todas as etapas de montagem dos packs no Brasil, fortalecendo sua posição competitiva.
Portfólio completo e soluções para diferentes usos
A UCB possui hoje o portfólio mais abrangente do mercado brasileiro em armazenamento de energia. Suas linhas atendem desde sistemas residenciais até aplicações industriais e utility scale, com foco em três tecnologias principais:
- Lítio Ferro Fosfato (LFP): usada em projetos isolados na Amazônia Legal (mais de 60 mil soluções fornecidas), geração distribuída com inversores híbridos, telecomunicações (inclusive baterias blindadas antivandalismo da linha U-Safety) e sistemas BESS para grandes consumidores.
- Chumbo VRLA com tecnologia AGM: consolidada em mercados como UPS/Data Centers, hospitais, segurança eletrônica, telecom e brinquedos.
- Polímero de Lítio (LiPo): amplamente usada em eletrônicos de consumo, com destaque para os segmentos de celulares e notebooks.
A atuação da UCB no setor eletroeletrônico também é expressiva: a empresa produz anualmente 20 milhões de baterias de celular e 720 mil de notebook, abastecendo cerca de 35% dos celulares fabricados no país, equivalente a quase 50% do market share nacional.
Armazenamento como peça central da transição energética
A entrada da GDII e a nova regra de compensação (Fio B) consolidaram o armazenamento como elemento essencial para projetos híbridos. A queda de mais de 50% no preço do lítio desde 2020 viabilizou sistemas com baterias integradas a custos equivalentes às soluções tradicionais, com o benefício adicional da independência energética, inclusive durante apagões.
De acordo com De Luca, a UCB aposta em uma nova onda de crescimento para o setor solar, impulsionada por soluções off-grid acessíveis e pelo retrofit de sistemas existentes. A popularização de kits com baterias integradas é especialmente relevante para regiões rurais e áreas periféricas urbanas, com destaque para o Nordeste.
BESS, Energy as a Service e novos modelos de negócio
Além do mercado residencial e de telecomunicações, a UCB avança no desenvolvimento de Battery Energy Storage Systems (BESS) para aplicações comerciais, industriais e suporte ao grid. Os benefícios incluem:
- Peak shaving: redução da demanda contratada;
- Deslocamento de carga: uso estratégico da energia armazenada;
- Power quality: correção de fator de potência e estabilidade da rede.
A empresa já fornece soluções para operações remotas no setor de mineração, onde os BESS vêm substituindo geradores a diesel e otimizando o uso de fontes renováveis.
Com a rentabilidade dos projetos de CAPEX pressionada, a UCB avalia a adoção do modelo Energy as a Service, com foco inicial em Estações Rádio Base (ERBs) e torres off-grid. A proposta é fornecer energia limpa e conectividade a regiões de difícil acesso, com cobrança baseada no uso, uma alternativa mais viável para operadoras e provedores locais.
A empresa mantém ainda um programa robusto de logística reversa, em conformidade com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que abrange tanto baterias de chumbo quanto de lítio. Esse compromisso se reflete não apenas nos processos produtivos, mas também na missão da empresa de democratizar o acesso à energia no Brasil.
Protagonismo institucional e visão de futuro
A UCB mantém atuação ativa junto a entidades como Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE), Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e Associação Brasileira de Geração Distribuida (ABGD), e participa do diálogo com o governo federal para a regulamentação da cadeia de armazenamento no país. A empresa defende a inclusão das baterias nos leilões de reserva de capacidade e políticas públicas que reconheçam o papel estratégico dos sistemas de armazenamento na modernização do setor elétrico.
A meta da UCB é ampliar o impacto das baterias na vida dos brasileiros. Isso passa tanto pela promoção da independência energética em áreas urbanas quanto pelo fornecimento de energia a mais de 1 milhão de pessoas que ainda vivem sem acesso à eletricidade na Amazônia Legal.
“Nossa visão é clara: democratizar o acesso à energia de qualidade e acelerar a transição energética do Brasil por meio de soluções seguras, escaláveis e competitivas”, finaliza De Luca.
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