Uma iniciativa dentro do Programa Cisternas, do governo federal, está diminuindo os custos com uso de energia elétrica para moradores do semiárido do Piauí. Cerca de 150 famílias que vivem em comunidades rurais dos municípios de São Francisco de Assis e Betânia estão sendo beneficiadas. Além da construção dos reservatórios de água, os agricultores recebem a instalação de painéis solares, que reduzem custos na agricultura e na criação de animais.
A Ong Obra Kolping, que faz parte da Articulação Semiárido Brasileiro (parceira na execução do Programa Cisternas), construiu as chamadas cisterna-calçadão e, junto, instalou kits com bomba e painel fotovoltaico de 100 Watts e disjuntor. O sistema transforma a luz do sol em energia elétrica e permite acionar o equipamento para puxar a água da cisterna sem custo adicional para a família. Essa água é utilizada na agricultura, nas criações e no consumo para os próprios moradores.
A agricultora Raimunda Juliana Coelho relata as mudanças que vieram com a instalação da Cisterna junto com o equipamento de energia solar. “Eu já consegui plantar um tomate, já consegui plantar as hortaliças, já tem cheiro verde, alface, couve, tomate cereja, os tomates comuns. Vai ter mais chuva, nós vamos conseguir encher a cisterna. Aí, graças a Deus, nós vamos conseguir plantar mais um pouquinho para conseguir mais em frente, fazer uma ração para os animais e para as coisas para consumo da casa”, diz.
Segundo a ONG, cada kit custa R$ 1.300 e, apesar da inexistência da bateria de armazenamento de energia limitar o uso da bomba apenas durante o dia, isso não é um problema, já que o estado do Piauí está localizado no chamado “cinturão solar brasileiro” e tem uma irradiação média de 5,9 kWh/m² e cerca de 12 horas diárias de luz solar. Ou seja, durante metade do dia, o equipamento poderá ser utilizado nas atividades agrícolas da propriedade.
Para Antônio Barbosa, coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas, que faz parte do Programa Cisternas do governo federal, essa iniciativa demonstra que o investimento em inovação pode ajudar milhares de famílias que vivem no semiárido brasileiro. “São essas inovações, inclusive, que fazem com que as famílias caminhem na perspectiva agroecológica, na produção, no respeito à questão ambiental, nas relações entre as pessoas. A inovação é talvez a principal marca do povo do semiárido”, analisa.
No segundo semestre deste ano, está previsto um curso gratuito para as famílias aprenderem a fazer a manutenção de todo o equipamento recebido, inclusive das placas solares, que tem garantia de 25 anos.
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