Brasil lidera ranking internacional para financiamento de projetos de descarbonização da indústria

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A seleção para o Programa de Descarbonização da Indústria (IDP) do Climate Investment Funds (CIF), realizada por grupo de especialistas independentes, colocou o Brasil na liderança global do acesso aos recursos de financiamento do CIF, entre os 26 países elegíveis. Os recursos serão destinados a acelerar a descarbonização de setores industriais intensivos em emissões, como aço, cimento, alumínio e produtos químicos. O relatório independente com a avaliação completa foi publicado na última quinta-feira (22/05), no site oficial da instituição. Nos dias 11 e 12 de junho, o comitê do CIF fará a avaliação final dos países candidatos.

Ao justificar a pontuação da expressão de interesse do Brasil, a iniciativa internacional destacou a Política Nacional de Transição Energética (PNTE), criada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), como um dos diferenciais determinantes para a robustez e credibilidade da proposta brasileira. A PNTE foi considerada fundamental para estruturar a estratégia nacional de descarbonização industrial, alinhada com metas climáticas e políticas públicas de longo prazo.

O documento ressaltou que a proposta brasileira é “tecnicamente robusta, ambiciosa e pronta para implementação”, apresentando um “marco estratégico convincente, sustentado por instrumentos nacionais de política, coordenação institucional e engajamento inicial do setor privado”. O relatório também reconheceu que a proposta brasileira inclui um dos mais desenvolvidos marcos de transição justa entre todas as submissões, com elementos concretos para o desenvolvimento regional, requalificação da força de trabalho e promoção da igualdade de gênero.

Em 2024, o MME realizou uma chamada pública de projetos de hidrogênio de baixo carbono, antecipando-se aos requisitos do IDP e preparando o país para captar novos financiamentos internacionais. A chamada foi realizada em conjunto pelo MME, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Ministério da Fazenda (MF), com o apoio da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e governo britânico. A iniciativa é parte central do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), que tem como principal objetivo de longo prazo o estabelecimento de hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono no pais até 2035.

Após o resultado final do comitê do CIF em junho, o próximo passo será a elaboração do plano de investimentos, em parceria com o Ministério da Fazenda e o MDIC. Esse trabalho contará com o apoio de instituições multilaterais como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a UNIDO.

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