Especial Módulos: JA Solar segue apostando na tecnologia TopCon e adianta novas soluções de armazenamento a médio prazo

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A corrida por conexão de projetos renováveis na China antes do corte de incentivos está reconfigurando o equilíbrio entre oferta e demanda de módulos solares em todo o mundo. Para o country manager da JA Solar no Brasil, Gabriel Magdalon, a demanda no Brasil passa por desafios por fatores internos como juros altos, financiamentos caros e incertezas na geração centralizada. Em entrevista à pv magazine para o especial sobre módulos fotovoltaicos, ele detalha como a empresa enxerga o mercado global e nacional, comenta o papel da tecnologia TOPCon e antecipa os próximos passos da JA Solar em armazenamento de energia.

“A demanda da China está muito aquecida porque eles querem antecipar o máximo possível esse direito à conexão para projetos renováveis”, explica Magdalon. “Isso fez com que a demanda aumentasse muito nesse começo do ano e acabou balanceando melhor a oferta e demanda de produto globalmente”.

Com a explosão da demanda chinesa, os preços dos módulos subiram “relativamente bastante” nos primeiros meses do ano. No entanto, o cenário não deve se manter por muito tempo. Com o fim dos incentivos, a expectativa é de desaceleração.

“O mercado espera que a demanda tenha uma queda após junho. É difícil prever o que vai acontecer, mas essa é a expectativa”, diz o executivo.

Gabriel Magdalon é o country manager da JA Solar.

Imagem: Reprodução LinkedIn

Essa possível queda coloca os fabricantes diante de um dilema estratégico: manter a produção em ritmo elevado, mesmo com menor escoamento, ou ajustar a capacidade para evitar novos desequilíbrios.

“A maioria dos fabricantes está nesse dilema agora. Provavelmente irão tentar reduzir um pouco a capacidade para não acontecer o que aconteceu no passado, quando havia muito mais capacidade produtiva do que demanda”, explica o country manager da JA Solar.

O Brasil passa por um momento desafiador

Se, por um lado, a oferta global continua sob pressão, por outro, o Brasil vive um momento de demanda contida. Magdalon afirma que há capacidade mais do que suficiente para atender o mercado brasileiro, mas que o ano de 2025 deve ser mais fraco que 2024.

“Esperamos que o mercado seja até menor que o do ano passado por vários desafios: aumento de juros, situação macroeconômica do país, curtailment na geração centralizada, preço baixo da energia para PPA e o custo do financiamento na GD, que está muito alto”, afirma o executivo.

Apesar das dificuldades, a empresa mantém sua estrutura para atender o mercado nacional e continua acompanhando de perto os movimentos do setor.

TopCon domina em médio prazo

Módulo bifacial de vidro duplo N-Type da JA Solar com 630W de potência.

Imagem: JA Solar

A JA Solar segue apostando na tecnologia TopCon como padrão principal para os próximos ciclos. “TopCon ainda tem como aumentar a eficiência e tem um custo bem competitivo. Provavelmente vai manter sendo a principal tecnologia”, diz o executivo.

Outro ponto que afetou o mercado neste primeiro semestre foi a tributação dos módulos HJT. A redução de alíquotas via ex-tarifário facilitou temporariamente a importação da tecnologia, mas essa vantagem está prestes a acabar.

“Isso deve acabar no segundo semestre. Pelo menos todas as tecnologias vão estar na mesma situação, o que torna a competição um pouco mais justa. Hoje, um imposto de 25% de importação, onde até então era zero, impacta bastante”, analisa o executivo.

Armazenamento no radar

Por fim, Magdalon aponta que a JA Solar está expandindo sua atuação para além da geração solar e investindo fortemente em soluções de armazenamento de energia. No entanto, ainda não há uma estrutura pronta no Brasil para atender projetos de grande porte.

“Estamos vendo essa questão de soluções em armazenamento para mercados estrangeiros, fora da China. Isso é uma das prioridades da empresa. Estamos investindo bastante nessa parte de armazenamento e teremos novidades a médio prazo”, conclui o executivo.

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