A fabricante chinesa Huasun, especializada em pesquisa, desenvolvimento e produção em larga escala de lingotes, wafers, células e módulos com tecnologia HJT baseada em silício tipo N, está fortalecendo sua atuação no Brasil. Uma das líderes na produção dessa tecnologia de nova geração, a empresa vê no país um dos mercados mais promissores da América Latina para expansão da energia solar nos próximos anos.
Com uma capacidade produtiva de 20 GW anuais em HJT e mais de 11 GW já embarcados globalmente até o final de 2024, a Huasu vem mantendo entregas regulares mesmo em meio à alta demanda do mercado doméstico chinês. “Entregamos 1,8 GW de módulos HJT à CGDG em apenas três meses. Isso demonstra nossa capacidade de cumprir compromissos globais mesmo diante da pressão interna”, afirma o gerente regional da Huasun, Vinicius Luiz.

A crescente demanda interna por energia solar na China tem pressionado prazos e preços fora da China. Para Luiz, contar com fornecedores que conciliem escala e maturidade operacional é essencial. “A Huasun se destaca por conseguir manter o equilíbrio entre os mercados interno e externo, o que é fundamental para garantir previsibilidade em projetos locais”.
A empresa vem consolidando sua presença no Brasil por meio de projetos de alto desempenho e uma rede de distribuição especializada. De acordo com a empresa, mesmo diante da oscilação de preços no mercado fotovoltaico, os módulos HJT da empresa apresentam ganhos de 4 a 5% na geração de energia, o que reduz significativamente o LCOE (Custo Nivelado de Energia).
“A expectativa da Huasun é embarcar 1 GW em módulos HJT para o mercado brasileiro nos próximos meses, um marco relevante que reforça a confiança na tecnologia e na nossa capacidade de entrega”, revela o executivo.
Preços ainda instáveis, mas com tendência de estabilização
O preço do watt-pico no Brasil segue volátil, com variações conforme tecnologia, volume e canal de venda. Fatores como a alta recente do polissilício têm impactado os custos globais, e a previsão, segundo Luiz, é de estabilização gradual a partir de deste mês.
“É difícil definir um valor médio fixo hoje. Os preços seguem em constante negociação. Mas estamos atentos e preparados para manter competitividade mesmo em cenários instáveis”, explica Luiz.
TOPCon perto do limite, HJT desponta como sucessora natural
Embora a tecnologia TOPCon ainda domine o mercado em muitos países, especialistas já apontam que ela está próxima do seu teto técnico, com limitações estruturais herdadas do PERC. A tecnologia HJT, por outro lado, tem potencial de eficiência superior (acima de 26%), melhor desempenho térmico, menor degradação e alta bifacialidade.
“Nos mercados mais avançados, o HJT já está se consolidando como a próxima geração dominante em energia solar. O mesmo movimento começa a se fortalecer no Brasil”, diz Luiz.
Diferente de concorrentes que ainda planejam migrar para HJT, a Huasun já nasceu com foco exclusivo nessa tecnologia e lidera globalmente toda a cadeia produtiva, desde wafers personalizados até processos e equipamentos otimizados.
“Temos controle total da cadeia produtiva, o que nos permite entregar produtos com a menor pegada de carbono da indústria — apenas 366,12 g/W de CO₂ equivalente, segundo certificação da TÜV Rheinland”, afirma Luiz.
Com capacidade produtiva robusta e organização logística, a Huasun está preparada para atender tanto grandes usinas quanto o mercado de distribuição no Brasil. “Nosso foco é garantir previsibilidade e continuidade no fornecimento, mesmo diante de oscilações no mercado global. Queremos ser uma fornecedora estratégica para o crescimento do setor fotovoltaico brasileiro”, diz o executivo.
Novos projetos no radar e atenção ao ambiente regulatório
A empresa já participa de projetos relevantes no Brasil por meio de parcerias locais, embora reconheça os desafios para o desenvolvimento em larga escala, como a complexidade regulatória e as exigências específicas de algumas distribuidoras.
“Estamos em conversas com investidores que compartilham nossa visão de longo prazo. Nosso foco está em consolidar projetos com alto desempenho e retorno superior”, revela Luiz.
Na avaliação de Luiz, o ambiente regulatório ainda precisa avançar. A retirada do ex-tarifário para TOPCon acendeu um alerta, mas é fundamental garantir incentivos contínuos para o HJT, já que não há produção nacional dessa tecnologia no Brasil.
“O país tem um dos maiores potenciais solares do mundo. O que falta é um ambiente mais estável e políticas públicas que incentivem a adoção de tecnologias de ponta”, conclui o executivo.
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