Especial Módulos: Com logística e estoque local, AE Solar garante fornecimento ao Brasil

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O mercado global de energia solar vive um momento de contrastes. De um lado, a produção chinesa de módulos fotovoltaicos segue em ritmo acelerado, puxada por uma demanda doméstica inédita, que tem consumido boa parte da capacidade produtiva nacional. De outro, os projetos internacionais, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil, enfrentam o desafio de garantir fornecimento estável diante dessa pressão.

De acordo com o diretor regional da AE Solar, Jorge Moura, a empresa conseguiu se antecipar a esse cenário e manter a regularidade no abastecimento de seus clientes brasileiros, mesmo diante da escassez pontual de módulos no mercado internacional.

Jorge Moura, diretor regional da AE Solar.

Imagem: AE Solar

“Mesmo com o foco da indústria chinesa voltado a atender a forte demanda doméstica, conseguimos manter nossos compromissos globais. Isso se deve à nossa estrutura de produção robusta, com fábricas na China e Europa, e a uma estratégia de estoque internacional bem consolidada. No Brasil, por exemplo, contamos com o suporte do nosso distribuidor PULSE Solar, em Curitiba, que nos ajuda a amortecer os efeitos da escassez pontual de módulos”, afirma Jorge Moura, diretor regional da AE Solar.

Com 22 anos de atuação global e presença crescente no mercado brasileiro, a AE Solar fornece módulos tanto para distribuidores quanto para empresas de engenharia (EPCs), com forte atuação em geração distribuída. Entre os cases de sucesso citados pela empresa está o da Canal Verde Energias Renováveis, com quase 600 usinas e mais de 85 MWp em operação, o suficiente para abastecer mais de 11 mil residências.

Mesmo diante da volatilidade cambial e das oscilações nos custos logísticos, a AE Solar não acredita em uma tendência de alta prolongada nos preços dos módulos no Brasil.

“A capacidade de produção da China ainda é muito superior à demanda global. Isso, aliado à intensa concorrência no setor, tende a manter os preços sob pressão. Nossa expectativa é de estabilidade a médio e longo prazo”, avalia Moura.

A tecnologia TOPCon deve continuar liderando projetos de grande escala no Brasil em 2025, especialmente nos segmentos utility scale e C&I (comercial e industrial). Ainda assim, a AE Solar aposta na diversificação de portfólio, com foco também na tecnologia HJT, que apresenta maior eficiência e menor degradação.

“Já temos módulos HJT em nosso portfólio — a linha COMET, amplamente utilizada por integradores e EPCistas no país. Além disso, estamos desenvolvendo nossa própria linha de módulos com tecnologia Back Contact, que terá design exclusivo e alta performance.”

Projeto pioneiro com HJT em solo de aterro sanitário

Um dos destaques atuais da operação da AE Solar no Brasil é um projeto em parceria com a MTR Solar, que envolve a construção de uma usina fotovoltaica de 7 MWp no estado do Rio de Janeiro, em um terreno com histórico de aterro sanitário.

“Desenvolvemos uma estrutura de sustentação especial, que não é cravada no solo, respeitando as condições da área. É um projeto diferenciado, que usa nossa tecnologia de heterojunção e reaproveita uma área degradada para gerar energia limpa por 25 anos”, comenta Moura.

O projeto está previsto para ser implantado no segundo semestre de 2025 e replica uma solução semelhante utilizada anteriormente em Curitiba.

A AE Solar também está de olho na expansão de soluções integradas para energia renovável, com foco inicial em sistemas de armazenamento residencial. A empresa aposta que o avanço do mercado de baterias será essencial para aumentar a eficiência e a estabilidade dos sistemas fotovoltaicos no Brasil.

“Estamos desenvolvendo soluções de armazenamento tanto para residências quanto para o mercado C&I. Nosso objetivo é oferecer uma linha completa de equipamentos de energia renovável, 100% fornecida pela AE Solar”.

Por fim, Jorge Moura destaca que políticas públicas mais estáveis e incentivos fiscais são fundamentais para acelerar o avanço da energia solar no Brasil.

“Maior previsibilidade nas regras de importação e medidas de desoneração fiscal seriam passos importantes para garantir mais segurança aos projetos e impulsionar ainda mais a adoção da energia solar no país”.

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