Brasil é o terceiro país com maior potencial de solar flutuante no mundo

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Pesquisadores da China, Tailândia, Suécia e Estados Unidos utilizaram um modelo de desempenho de sistemas fotovoltaicos do Sandia National Laboratories para calcular o potencial de geração de energia solar flutuante em todo o mundo, com resultados específicos para os 20 países com o maior potencial.

O estudo considera apenas reservatórios globais maiores que 0,01 km2, com 30% de sua área coberta, mas não excedendo 30 km2. Os acadêmicos utilizaram três bancos de dados globais para filtrar os reservatórios elegíveis (GRanD, GeoDAR e OSM). Há um total de 114.555 reservatórios em todo o mundo atendendo aos critérios, com uma área total de 554.111 km2. Destes, 2.561 reservatórios já dispõem de geração de energia hidrelétrica e infraestrutura de rede.

O Brasil é o terceiro país do mundo com maior potencial de geração da solar flutuante, segundo o estudo. Com um potencial de geração anual de 865 TWh, a solar flutuante poderia facilmente cobrir toda a demanda elétrica do país, cerca de 538 TWh por ano.

Os reservatórios com usinas de geração hidroelétrica representam uma enorme oportunidade para hibridação com solar flutuante, segundo outro estudo. Os cientistas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) calcularam o potencial da solar flutuante cobrindo 10% da área dos reservatórios das quatro maiores usinas hidrelétrica do Brasil.

Os resultados indicam que a usina hidrelétrica de Balbina tem um potencial de geração de solar flutuante de 47.910 GWh/ano, cerca de 60 vezes a sua geração elétrica atual. As usinas Sobradinho e Tucuruí tem um potencial de 112.632 GWh/ano e 59.906 GWh/ano, respectivamente – quatro e duas vezes o valor atual de geração. No caso da usina de Itaipu, o potencial é de quase 29 TWh/ano, o que, no entanto, não excede os níveis atuais de geração hidrelétrica da usina.

Os resultados para os 20 principais países em potencial solar flutuante são os seguintes:

  1. Estados Unidos: 1.911 TWh por ano
  2. China: 1.107 TWh por ano
  3. Brasil: 865 TWh por ano
  4. Índia: 766 TWh por ano
  5. Canadá: 506 TWh por ano
  6. Rússia: 236 TWh por ano
  7. México: 228 TWh por ano
  8. Austrália: 210 TWh por ano
  9. Turquia: 171 TWh por ano
  10. África do Sul: 144 TWh por ano
  11. Tailândia: 134 TWh por ano
  12. Espanha: 132 TWh por ano
  13. Argentina: 117 TWh por ano
  14. Vietnã: 108 TWh por ano
  15. Nigéria: 93 TWh por ano
  16. Irã: 85 TWh por ano
  17. Zimbábue: 84 TWh por ano
  18. Sri Lanka: 80 TWh por ano
  19. Suécia: 80 TWh por ano
  20. Venezuela: 80 TWh por ano

“Para alcançar esta visão será necessário tratar de problemas persistentes relacionados à política, planejamento, financiamento, regulamentação, apoio tecnológico e construção/manutenção”, disseram os cientistas.

A equipe compartilhou os seus resultados em ” Energy production and water savings from floating solar photovoltaics on global reservoirs“, que foi recentemente publicado na revista Nature Sustainability.

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