Setor hoteleiro adere à energia solar para reduzir custos

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A energia elétrica representa uma das maiores parcela das despesas operacionais de um hotel ao lado da folha de pagamento. Segundo a ABIH – Associação Brasileira da Indústria Hoteleira – cerca de 6% dos gastos de uma hospedaria são de conta de luz. E lidar com o aumento constante nas tarifas de energia, provocado pelo agravamento da estiagem nos últimos anos, é um desafio que muitas empresas do setor estão conseguindo vencer com a instalação de geração própria de energia a partir de fontes naturais.

É o caso do Hotel Ibis, de Sinop, no Mato Grosso, que conseguiu reduzir em 90% os gastos na conta de luz, e ao mesmo assegurar boa parte da energia para manter o padrão de qualidade de suas instalações, desce que iniciou as operações de duas usinas fotovoltaicas de geração própria em abril de 2021.

Marcelo Kreibich, proprietário do Ibis de Sinop, chegava a pagar em média de 25 a 28 mil reais por mês de eletricidade para manter o complexo, que conta com ar condicionado, 114 apartamentos equipados com frigobar, bar 24 horas, restaurante e espaços para lazer e eventos, e atualmente recebe um fluxo de cerca médio de 110 a 120 hóspedes por dia.

Projeto dribla limitação de espaço e sombreamento

Para baixar os gastos com eletricidade, responsável por até 8% dos custos operacionais do hotel, o empresário resolveu instalar a solução fotovoltaica, usada em outros empreendimentos, também para abastecer o hotel. “Assim como em outros projetos, mantive os inversores da Fronius por serem equipamentos com durabilidade de 25 anos”, afirma.

Devido a limitação de espaço e problemas de sombreamento, a eSolar-MT, parceiro de integração da Fronius na região, desenvolveu um projeto com duas usinas em solo. A usina fotovoltaica Ibis I foi implementada na área de estacionamento, e conta com 384 módulos solares conectados com quatro inversores Fronius Eco de 25 kW e dois do modelo Fronius Primo de 8,2kW.

Segundo Sérgio Valim, diretor técnico da eSolar-MT, os equipamentos da linha Primo são os mais adequados para compensar perdas da área de sombreamento, já que são menores e contam com apenas 1 MPPT (sigla de Maximum Power Point Tracking), recurso que rastreia o ponto de maior potência do sistema fotovoltaico para promover maior aproveitamento da energia gerada pelas placas solares. “Com isso, conseguimos otimizar a produção de energia, sem comprometer a área de circulação dos veículos”, afirma Valim.

Já a usina Ibis II, com 270 painéis solares e três inversores Eco de 25 kW, foi montada no solo na propriedade do município de Nova Bandeirantes, a 520 km de distância. As duas unidades geram no total 34 kWh de energia, suficiente para cobrir cerca de 90% da demanda do hotel.

Tecnologia para ‘prosumidor’ – “Pago cerca de 5 mil reais por mês, incluindo a tarifa mínima e financiamento do sistema. Mas com a sazonalidade ainda preciso ligar o gerador por três horas e a conta chega a 10 mil reais mensais”, afirma Kreibich. O empresário espera ter o retorno do investimento em 5 a 6 anos.

“A tecnologia adotada pelo Hotel Ibis e outros empreendimentos de Kreibich foi desenvolvida para que o usuário se torne o que definimos como ‘prosumidor’, consumidor consciente que, além de produzir, também gerencia a energia que utiliza”, afirma Alexandre Rezende, gerente de negócios, da unidade Solar Energy, da Fronius. O executivo ressalta que todos os inversores da marca têm como diferencial a robustez, que mantém o alto padrão de desempenho e durabilidade ao sistema fotovoltaico, e recurso para monitorar a performance dos equipamentos e otimizar o consumo pelo portal Solar.web.