No início de novembro de 2025, o Brasil sediou o Solar World Congress 2025 da ISES em Fortaleza, e alguns dias depois, em Belém, a 30ª reunião da Conferência das Partes (COP30) da UN Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), que também começou no Brasil durante a Rio92.
Esperava-se que a COP30, chamada “COP de implementação”, reunisse líderes mundiais, cientistas e outros interessados para discutir a implementação dos planos de ação climática e avançar os objetivos do Acordo de Paris, especialmente a meta original de limitar o aquecimento global a 1,5 °C, que já foi ultrapassada.
Young ISES é uma rede social e profissional para jovens membros do ISES, que esteve ativa no Solar World Congress deste ano. Durante o SWC, onde 45% dos participantes eram estudantes, a Young ISES elaborou um manifesto para ser levado a uma coletiva de imprensa na COP 30. Os jovens herdarão as consequências de longo prazo das decisões atuais, e os jovens do ISES, representando regiões, culturas e realidades diversas ao redor do mundo, convocaram os líderes da COP30 a avançarem decisivamente dos compromissos para a implementação, exigindo participação significativa e uma transformação das energias renováveis.
No texto divulgado na COP30 antes do amanhecer de sexta-feira, no entanto, todas as menções a combustíveis fósseis haviam sido eliminadas. O texto, que ainda está sujeito a novas negociações, precisaria de aprovação por consenso para ser adotado. O rascunho também pedia esforços globais para triplicar o financiamento disponível para ajudar as nações a se adaptarem às mudanças climáticas até 2030, em relação aos níveis de 2025, mas não especificava se esse dinheiro seria fornecido diretamente por governos ricos ou outras fontes, incluindo bancos de desenvolvimento ou o setor privado.
Enquanto isso, a energia solar fotovoltaica continua no caminho para se tornar a tecnologia dominante de geração de eletricidade no mundo até o final da década atual. Dos quase 400 artigos apresentados no SWC, 63% abordaram temas fotovoltaicos. A adoção massiva da energia solar fotovoltaica no Brasil desde 2020, viabilizada por fortes e consistentes reduções de preços, está claramente refletida na transformação da matriz de geração de eletricidade do país.
Embora a energia solar tenha representado apenas alguns pontos percentuais da capacidade total do Brasil em 2020, e tenha sido a 7ª tecnologia de geração de energia, rapidamente ultrapassou carvão, petróleo e gás natural, ocupando o 3º lugar em 2022 e tornando-se a segunda maior capacidade instalada em 2023, superando a geração de energia eólica. Desde 2023, a energia solar fotovoltaica tem aumentado consistentemente sua participação na matriz energética brasileira, e atingirá 25% até o final de 2025. No ritmo atual, até o final desta década, haverá mais capacidade instalada de fotovoltaico no país do que a hidrelétrica centenária.
Autores: Prof. Ricardo Rüther (UFSC), Prof. Andrew Blakers /ANU
ISES, a International Solar Energy Society , é uma ONG credenciada pela ONU fundada em 1954, trabalhando por um mundo com 100% de energia renovável para todos, usada de forma eficiente e sábia.
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