Os preços das células TOPCon da China caíram esta semana em meio a um interesse comercial mais fraco no mercado de exportação e renegociações em andamento de contratos existentes com destino à Índia após o imposto antidumping recentemente anunciado pelo país sobre as células solares chinesas.
De acordo com o Relatório Semanal Solar da OPIS divulgado em 4 de novembro, os preços das células FOB China TOPCon M10 foram avaliados 1,22% mais baixos, a US$ 0,0405/W, com indicações de preço entre US$ 0,0400-0,0414/W.
Em outubro, a Direção Geral de Defesa Comercial da Índia recomendou direitos antidumping específicos de até 30% sobre o valor de custo, seguro e frete (CIF) das importações chinesas de células solares por três anos. A medida entrará em vigor assim que for oficialmente notificada pelo governo central.
Os fabricantes chineses de células relatam que os compradores indianos estão renegociando contratos em meio à incerteza sobre quem arcaria com o custo das tarifas antidumping se as novas tarifas forem impostas enquanto as mercadorias ainda estiverem em trânsito.
Ainda assim, vários participantes do mercado apontaram que as células fabricadas na China devem permanecer significativamente mais baratas do que as células fabricadas na Índia, mesmo após a imposição das novas taxas, com descontos potencialmente superiores a 50%, de acordo com algumas indicações do mercado.
Fontes comerciais acrescentaram que os compradores indianos podem mudar para as importações do Sudeste Asiático. Outros familiarizados com o assunto observaram que as células de origem chinesa já foram transbordadas pelos portos do Sudeste Asiático, principalmente para obter novos certificados de origem antes de entrar na Índia.
Dados recentes da Ember apoiam essa tendência. As exportações de células da China para a Indonésia tiveram uma média de cerca de 340 MW por mês em 2024, mas subiram para quase 2,5 GW em setembro. As exportações para as Filipinas foram em média de cerca de 19 MW por mês, atingindo uma alta acumulada no ano de 318 MW em setembro.
Enquanto isso, na Índia, os projetos sob certos esquemas governamentais são obrigados a atender ao Requisito de Conteúdo Doméstico (DCR), que exige o uso de módulos construídos com células fabricadas na Índia. As indicações de mercado sugerem que os módulos DCR são negociados a cerca de INR 24,5 (US$ 0,28)/W, enquanto os módulos TOPCon não DCR – principalmente usando células de fabricação chinesa – custam cerca de INR 13,5 (US$ 0,15)/W.
De acordo com fontes do mercado, a diferença de preço, observada antes da implementação do direito antidumping, é na maioria impulsionada pelo prêmio sobre as células fabricadas na Índia e pelos custos de produção mais altos dos módulos DCR. A disponibilidade limitada de células fabricadas na Índia também aumentou a pressão de alta sobre os preços dos módulos DCR.
No segmento upstream da China, a maioria dos produtores de wafer continua a mostrar um forte sentimento de suporte de preços em meio a preços estáveis de polissilício, de acordo com a Associação da Indústria de Metais Não Ferrosos da China (CNIA). No entanto, a demanda fraca levou os produtores de células e módulos a reduzir novas aquisições e priorizar os estoques existentes.
Com a demanda do mercado final entrando no período sazonal de baixa, espera-se que o ímpeto de aquisição permaneça fraco e o mercado de wafer continuará a enfrentar pressão de excesso de oferta, disse a CNIA. Dito isso, vários fabricantes de wafer planejam reduzir as taxas operacionais a partir de novembro, o que pode melhorar gradualmente o equilíbrio entre oferta e demanda, acrescentou o órgão da indústria.
A OPIS, uma empresa da Dow Jones, fornece preços de energia, notícias, dados e análises sobre gasolina, diesel, combustível de aviação, GLP/NGL, carvão, metais e produtos químicos, bem como combustíveis renováveis e commodities ambientais. Ela adquiriu ativos de dados de preços da Singapore Solar Exchange em 2022 e agora publica o Relatório Semanal OPIS APAC Solar.
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