Novo modelo visa reduzir riscos em projetos de energia renovável em estágio inicial

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Da pv magazine Global

Mais de 70% a 90% dos projetos de energia renovável em estágio inicial não chegam à fase de construção, segundo um white paper da Paces, uma plataforma para desenvolvimento e redução de riscos em projetos de energia renovável.

O desenvolvimento de energia limpa em estágio inicial é “inerentemente arriscado”, observa o relatório. Os desenvolvedores precisam avançar os projetos em múltiplas dimensões simultaneamente, garantindo controle do terreno, viabilidade de interconexão, licenciamento, restrições ambientais e de design, tudo isso enquanto seguem regras e políticas do programa e permanecem dentro dos limites orçamentários de capital.

“No entanto, obter as informações necessárias para tomar decisões nessas dimensões é lento, tedioso e caro”, afirma o white paper. “Os dados públicos são fragmentados, pouco confiáveis ou totalmente ausentes. Como resultado, a única maneira de reduzir a incerteza é avançar com o projeto – gastando tempo e capital apenas para adquirir as informações necessárias para decidir se vale a pena continuar.”

A Paces constatou que reduzir o custo de obtenção de informações confiáveis e padronizar o risco de desenvolvimento pode melhorar a produtividade, as taxas de sucesso e a confiança dos investidores. A empresa desenvolveu um modelo de risco padronizado para levar mais projetos em estágio inicial até a fase de Notice to Proceed (NTP).

O princípio central do modelo de avaliação de risco da Paces é reduzir o maior risco com o menor orçamento possível, o mais cedo possível no ciclo de desenvolvimento.

“Focar em tarefas de alto risco e baixo custo no início pode acelerar a confiança e reduzir atrasos posteriores”, diz o white paper. “Ao concentrar os gastos nos marcos que removem a maioria da incerteza (que variam conforme o local), os projetos podem avançar de forma mais eficiente rumo ao NTP.”

Segundo a Paces, as cinco principais categorias de risco para projetos em estágio inicial são:

  • Controle do terreno
  • Interconexão
  • Licenciamento
  • Ambiental
  • Design

O relatório também classificou quatro diferentes arquétipos de projetos com base em dados da plataforma de análise de utilidades Arcadia. Os quatro arquétipos representam os problemas recorrentes mais comuns que podem inviabilizar projetos em estágio inicial.

“Ao adaptar os pesos de risco ao arquétipo do projeto, os desenvolvedores podem priorizar os marcos mais relevantes logo no início e reduzir esforços desperdiçados em caminhos de baixa probabilidade de viabilidade”, afirma a Paces.

Os quatro arquétipos de projetos definidos pela Paces são:

Restrições ambientais

Locais próximos a perigos ambientais conhecidos ou áreas sensíveis devem destinar orçamento antecipado para estudos de campo que avaliem restrições como áreas úmidas, planícies de inundação ou habitats protegidos, para determinar se os riscos representam uma falha fatal. Por exemplo, os desenvolvedores podem encomendar uma delimitação completa de áreas úmidas e relatório logo no início, antes de comprometer fundos para o CESIR (Coordinated Electric System Interconnection Review), segundo a Paces.

Em jurisdições onde o sentimento público ou político pode atrasar ou impedir um projeto, o engajamento comunitário é um passo importante no início. Por exemplo, um desenvolvedor pode reduzir esse risco ao se reunir com autoridades municipais, departamentos de bombeiros e moradores próximos para avaliar o sentimento da comunidade antes de encomendar estudos caros, segundo a Paces.

Embora uma subestação próxima possa ter capacidade disponível, problemas com o roteamento das linhas podem inviabilizar um projeto. Os desenvolvedores devem avaliar o custo e a viabilidade de construir infraestrutura essencial, como linhas de conexão e estradas de acesso, especialmente onde é necessário coordenar com proprietários vizinhos ou servidões.

Em regiões onde subestações parecem ter capacidade limitada, mas há grande volume de projetos na fila, os desenvolvedores podem precisar realizar estudos adicionais. Os dados da fila podem ser enganosos, segundo o relatório, já que muitos projetos na fila nunca avançam. A empresa recomenda agendar uma reunião preliminar com a concessionária o mais rápido possível para avaliar a probabilidade de que a capacidade na fila seja firme antes de investir em estudos de interconexão ou despesas com terrenos.

“Com dados geoespaciais de alta qualidade, um design básico do local e conhecimento do cenário de licenciamento e interconexão, grande parte do processo de ‘pré-desenvolvimento’ pode ser antecipada, identificando e reduzindo a maioria do risco com uma fração do tempo e esforço normalmente exigidos”, afirma a Paces.

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