O Solar World Congress (SWC) é a conferência científica oficial da Sociedade Internacional de Energia Solar (ISES). A ISES é uma ONG credenciada pelas Nações Unidas fundada em 1954, no mesmo ano em que a primeira célula solar de silício foi oficialmente introduzida. Além deste evento científico, que em 2025 acontecerá em Fortaleza-Brasil, o ISES publica a revista científica Solar Energy.
Inicialmente chamado de “The Journal of Solar Energy, Science and Engineering”, foi publicado pela primeira vez em 1957. Desde então, a revista evoluiu, mudando seu nome para “Solar Energy, The Journal of Solar Energy Science and Technology” em 1964, e atualmente é publicada pela Elsevier em nome do ISES. Em 2021, o ISES e a Elsevier lançaram o Solar Energy Advances, um novo periódico de acesso aberto completo que visa fornecer um fórum para a apresentação de avanços científicos fundamentais na compreensão de qualquer aspecto da pesquisa, desenvolvimento, aplicação e medição de políticas de energia solar.
O ISES SWC 2025 está ocorrendo pela primeira vez no Brasil, de 4 a 7 de novembro, e o número de trabalhos aceitos sobre aplicações fotovoltaicas neste evento tradicionalmente solar térmico é digno de nota. Como a energia fotovoltaica continua adicionando capacidade em ritmo acelerado em todos os lugares, superando a capacidade instalada mundial de gás natural e carvão em 2025, a energia fotovoltaica em telhados no Brasil está na vanguarda das novas instalações de mais de 1 GW por mês que estão sendo adicionadas aos 60 GW de energia fotovoltaica do país. Cerca de 80% das novas instalações fotovoltaicas no Brasil estão acontecendo em telhados, e há mais de 6,5 milhões de unidades consumidoras (principalmente residências unifamiliares) já se beneficiando da geração no local ou remota com energia fotovoltaica.
Isso representa menos de 7% do valor total de unidades consumidoras no país, e ainda há muito espaço para crescer, à medida que mais mecanismos de financiamento se tornam disponíveis, baseados e alimentados pela crescente percepção de que a energia fotovoltaica em telhados é a tecnologia de geração de eletricidade de menor custo para consumidores residenciais. A lei brasileira de medição líquida desencadeou esse crescimento em 2012, quando os custos de eletricidade fotovoltaica residencial ainda não atingiram a paridade com as tarifas das concessionárias de distribuição e atingiu um crescimento exponencial alguns anos depois, quando a paridade da rede fotovoltaica foi alcançada.
Cerca de 50% das novas instalações fotovoltaicas em telhados no Brasil são financiadas e, mesmo com as altas taxas de juros atuais e o aumento dos impostos de importação para energia fotovoltaica, o tempo de retorno típico varia de 2,6 a 4,4 anos para residenciais e de 1,7 a 2,3 anos para sistemas fotovoltaicos comerciais, dependendo da disponibilidade de recursos solares locais e da tarifa residencial/comercial da concessionária de distribuição. Existem mais de 150 mil integradores de sistemas fotovoltaicos ativos no país, a maioria deles (64%) são muito pequenos (força de trabalho de 1 a 5 pessoas) e têm uma clientela muito local. Os sistemas fotovoltaicos residenciais pequenos (4-12 kW) em telhados residenciais compreendem 66% das novas instalações e estão aumentando simplesmente porque a energia fotovoltaica é muito barata. O gráfico abaixo traz números de uma pesquisa recente da consultoria brasileira de análise de mercado fotovoltaico Greener, mostrando as reduções acentuadas de preços para sistemas fotovoltaicos residenciais de pequena escala (4 kW) prontos para uso desde 2017. A divisão de preços também mostra que os custos de instalação em janeiro de 2025 eram inferiores a 30% do que eram em janeiro de 2017, enquanto o próprio sistema fotovoltaico agora custa apenas 44% do que custava há oito anos.
A figura abaixo mostra uma divisão de custos mais detalhada nos tamanhos de sistemas fotovoltaicos, desde residenciais de pequena escala até sistemas fotovoltaicos comerciais de grande escala no limite da Legislação de Medição Líquida de Geração Distribuída (GD) brasileira de 5 MW desde 2023. Ele mostra as contínuas reduções de preços, o efeito do tamanho do sistema fotovoltaico e o tipo de instalação, com o PV no telhado sendo cerca de 10 a 15% mais barato do que o PV montado no solo.
À medida que a notícia de que a energia fotovoltaica em telhados é de longe a opção de geração de eletricidade de menor custo se espalha e as concessionárias de distribuição continuam aumentando as tarifas residenciais convencionais, a eletricidade solar continuará crescendo e até 2030 dominará o mercado de geração de energia em todo o mundo. O ISES SWC 2025 no Brasil trará mais insights sobre essa tendência.
Autores: Prof. Ricardo Rüther (UFSC), Prof. Andrew Blakers/ANU
A ISES, Sociedade Internacional de Energia Solar, é uma ONG credenciada pela ONU, fundada em 1954, que trabalha para um mundo com 100% de energia renovável para todos, usada de forma eficiente e sábia.
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